Pontos Chave

As organizações e/ou os chefes de equipa, têm um papel a desempenhar, no sentido de estabelecer/configurar a existência de um espaço (e um tempo necessário) promotor de uma maior coesão e espírito de equipa, bem como uma melhor gestão coletiva do luto, através por exemplo, da adoção de rituais. Aqui estão algumas iniciativas que as equipas de saúde podem implementar com o apoio dos seus gestores:

• Criar um ambiente onde os membros da equipa se sintam confortáveis em partilhar com os colegas, as suas emoções, preocupações e experiências. Facilitar reuniões regulares onde os membros da equipa possam discutir casos difíceis e encontrar soluções em conjunto.
• Implementar grupos de apoio entre pares, onde os membros da equipa possam reunir, para discutir e refletir acerca das suas experiências, partilhar conselhos e se apoiarem uns aos outros. Estabelecer programas de mentoria/supervisão ou formação, onde os novos membros da equipa possam beneficiar do apoio e orientação de outros colegas mais experientes.
• Organizar cerimónias ou promover momentos específicos de lembrança, para homenagear a memória dos pacientes falecidos e permitir que os membros da equipa “sofram” juntos. Forneça aos membros da equipa acesso a recursos profissionais, como conselheiros de saúde mental ou serviços de apoio psicológico, para ajudá-los a lidar com o luto e o stresse emocional.
• Incorporar práticas de gratidão nas rotinas diárias da equipa, como reservar um tempo para partilhar lembranças positivas de pacientes falecidos ou agradecer aos colegas pelo apoio.
• Organizar eventos sociais e atividades de formação de equipa (TeamBuilding) para fortalecer os laços entre os membros da equipa e promover um sentimento de grupo. Essas atividades podem incluir almoços partilhados, passeios/caminhadas em equipa, jogos em grupo, etc.
• Reconhecer e valorizar o trabalho de cada um dos membros da equipa, fornecendo feedback positivo e agradecendo-lhes pelos seus esforços. Implementar programas de reconhecimento e reforço positivo para celebrar conquistas individuais e coletivas.

Ao implementar este tipo de iniciativas, as equipas de saúde podem criar um ambiente de trabalho que mais promotor de um apoio mútuo, uma comunicação mais aberta e uma maior resiliência, face aos desafios emocionais associados à morte dos seus pacientes.

Resumo

Para os profissionais de saúde que experienciam diariamente, o sofrimento e a morte dos pacientes, aqui estão alguns pontos-chave que podem ajudá-los a consolidar e fortalecer o trabalho em equipa:

• Incentivar a colaboração entre profissionais de saúde de diferentes valências para garantir cuidados mais abrangentes aos pacientes em fim de vida e às suas famílias.
• Promover um ambiente de maior suporte entre os membros da equipa, para que possam contar uns com os outros, no sentido de obter maior apoio emocional e partilhar o “fardo” do luto.
• Valorizar a experiência e as contribuições de cada membro da equipa, independentemente da sua função, e tratar todos de forma igual, com dignidade e respeito.
• Manter canais de comunicação abertos e eficazes dentro da equipa para facilitar a coordenação dos cuidados e abordar quaisquer desafios ou preocupações.
• Reconhecer as necessidades multidimensionais, de fim de vida, quer dos pacientes e familiares, assegurando que os cuidados abranjam quer os aspetos físicos, emocionais, espirituais e psicológicos.
• Estabelecer rituais significativos no ambiente de cuidados de saúde para reconhecer e honrar a vida dos pacientes falecidos, proporcionando o closer emocional dos membros da equipa, proporcionando igualmente o devido apoio/suporte nos respetivos processos de luto.
• Incentivar regularmente oportunidades de reflexão e debriefing da equipa para processar emoções, partilhar experiências e oportunidade de aprenderem uns com os outros.
• Construir resiliência individual e de equipa através da capacitação, formação e acesso a recursos de apoio para lidar com o impacto emocional das vivencias diárias de morte e/ou eventuais quadros do luto cumulativo.
• Promover práticas de autocuidado entre os membros da equipa para prevenir a exaustão e o Burnout, e manter o seu bem-estar enquanto cuidam de outras pessoas em circunstâncias difíceis.